Um dia depois de sofrer um revés político com a decisão do prefeito de Xexéu, Thiago de Miel (PSD), de declarar apoio ao prefeito do Recife, João Campos (PSB), a governadora Raquel Lyra (PSD) se movimentou rapidamente para demonstrar força e capacidade de articulação. Nesta sexta-feira (26), ela anunciou a filiação do prefeito de João Alfredo, José Martins, ao seu partido, em um gesto que reforça sua presença no Agreste e amplia a bancada de gestores aliados.
Com a chegada de Zé Martins, o PSD, presidido por Raquel em Pernambuco, passa a comandar oficialmente 71 prefeituras em todo o Estado, embora uma delas, justamente a de Xexéu, caminhe em direção oposta e apoie o projeto de reeleição do PSB no Recife. A troca de legenda de Martins, que deixou o PSB para integrar o PSD, foi acompanhada de elogios à governadora. “Chego ao PSD sob a liderança da governadora que está e vai continuar mudando Pernambuco, dialogando com os prefeitos e fazendo entregas em João Alfredo e em todo o Estado”, declarou o prefeito.
Raquel retribuiu a deferência, sublinhando a importância do novo aliado para a estratégia estadual. “O prefeito Zé Martins é um gestor sério e comprometido com sua cidade. Sua chegada ao PSD fortalece nosso time e consolida o partido como protagonista da nova política em Pernambuco”, afirmou.
O vice-presidente estadual do PSD, André Teixeira Filho, também destacou o reforço. “O PSD é a casa dos prefeitos que trabalham pelo melhor para Pernambuco. Receber Zé Martins é um sinal de que estamos no caminho certo, construindo um partido sólido e competitivo”, disse.
Enquanto isso, Thiago de Miel, que manteve a filiação ao PSD mas rompeu com a governadora, justificou seu apoio a João Campos com críticas diretas à gestão estadual. “Pernambuco precisa de um governador que cuide da Mata Sul. Pernambuco está gritando. Só não ouve quem não quer”, declarou em entrevista à Folha de Pernambuco.
O movimento evidencia a disputa acirrada entre PSD e PSB pelo protagonismo político em Pernambuco. De um lado, Raquel Lyra tenta ampliar sua base para 2026, consolidando alianças em regiões estratégicas; de outro, João Campos reforça seu capital político no interior, preparando terreno para voos mais altos.
