No ponto alto da mobilização contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem e o projeto que prevê anistia para condenados pelos atos de 8 de janeiro, cerca de 41,8 mil pessoas ocuparam a Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na tarde deste domingo (21). A estimativa, elaborada pelo Monitor do Debate Político do Cebrap em parceria com a ONG More in Common, foi registrada às 16h, momento de maior concentração do ato, com margem de erro entre 36,8 mil e 46,8 mil participantes.
Para efeito de comparação, a manifestação de 7 de setembro, realizada no mesmo local por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em defesa da anistia, reuniu 42,7 mil pessoas segundo a mesma metodologia.
A medição utilizou o método Point to Point Network (P2PNet), desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Chequião (China) e da Tencent.
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Fotos aéreas foram captadas por drone em sete horários diferentes (14h, 14h30, 15h, 15h45, 16h, 16h45 e 17h30), totalizando 258 imagens.
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O cálculo considerou oito fotos tiradas às 16h, cobrindo toda a extensão da manifestação sem sobreposição.
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O software, treinado com bancos de imagens da Universidade de Xangai e da USP, identifica e marca automaticamente as cabeças das pessoas, permitindo uma contagem individualizada.
Segundo os pesquisadores, o método apresenta precisão média de 72,9% e acurácia de 69,5%, com erro absoluto estimado em cerca de 12%.
Os manifestantes criticaram a PEC da Blindagem — já aprovada na Câmara e em análise no Senado — por considerar que a proposta dificulta a abertura de ações penais contra parlamentares, além de reforçar o repúdio à tentativa de anistiar os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Muitos também defenderam a manutenção das condenações do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O ato teve caráter nacional, com protestos simultâneos em diversas capitais, incluindo São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, João Pessoa, Maceió, Natal, Teresina, Belém, Manaus e Cuiabá.