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RIO: Massacre na Penha e no Alemão deixa cenas de horror com mais de 120 mortos.

O Rio de Janeiro amanheceu, nesta quarta-feira (29), mergulhado em uma das maiores tragédias de sua história recente. A Defensoria Pública do Estado confirmou 132 mortos após a megaoperação das forças de segurança nos complexos da Penha e do Alemão128 civis e quatro policiais. Os dados oficiais, no entanto, divergem e falam em 121 mortos e 81 presos, revelando uma preocupante disparidade entre as versões apresentadas por autoridades e testemunhas.

Desde as primeiras horas do dia, moradores do Complexo da Penha protagonizaram uma cena que chocou o país: ao menos 70 corpos foram levados até a Praça São Lucas, na tentativa desesperada de dar visibilidade ao que chamam de massacre. Os cadáveres, segundo relatos, foram encontrados na mata entre os complexos da Penha e do Alemão, onde ocorreu a operação considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro.

O presidente da associação de moradores local, Eriberto Leão, relatou ter ajudado no transporte de corpos durante a madrugada, levando seis deles em uma kombi ao Hospital Getúlio Vargas. A advogada Flávia Fróes, que acompanha as remoções, descreveu cenas de brutalidade extrema: corpos com tiros na nuca, facadas nas costas e marcas de tortura.

Diante da gravidade do episódio, defensores de direitos humanos e organizações civis pediram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) a presença de interventores e peritos internacionais no Rio. Flávia Fróes classificou a ação como “o maior massacre da história do Rio de Janeiro”.

As imagens e relatos vindos da comunidade são desoladores. Corpos foram retirados de caçambas de carros com a ajuda de moradores, inclusive crianças. Um menino de cerca de 9 anos ajudava a remover sacos plásticos com restos humanos. Um dos corpos estava decapitado, e a cabeça teria sido colocada dentro de uma sacola. “É o de cabelo vermelho!”, gritou um dos homens durante a identificação.

No chão da praça, famílias se desesperavam. Uma mãe clamava entre lágrimas: “Polícia assassina, cadê meu filho?”. Outra relatou ter encontrado o filho de 20 anos com os pulsos amarrados, caído na mata: “Dava tempo de socorrer”, lamentou.

O ativista Raull Santiago, que esteve no local, afirmou que a exposição dos corpos foi uma decisão dos familiares, como forma de denúncia. “É uma cena que entra para a história de terror do Brasil”, declarou. Segundo ele, os corpos encontrados durante a madrugada não estão incluídos nos números oficiais divulgados pela polícia.

A operação, que visava capturar integrantes do Comando Vermelho, transformou o Rio em um verdadeiro campo de guerra. Durante a ação, suspeitos lançaram bombas com drones, incendiaram veículos e bloquearam vias, mergulhando diversas regiões da cidade em pânico.

Enquanto o governo estadual tenta sustentar a narrativa de “combate ao crime organizado”, a população vive o luto e a revolta diante de imagens que remetem a um cenário de massacre e execução em massa. O que era anunciado como uma operação policial tornou-se um episódio de barbárie, deixando o país atônito e levantando questionamentos sobre o uso desproporcional da força e a ausência de controle humanitário nas ações de segurança pública do Estado.

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