MPF Aponta uma Inúmeras Irregularidades no Presídio de Igarassu e Outras Unidades Prisionais de Pernambuco.

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O Ministério Público Federal (MPF) divulgou, nesta terça-feira (18), um relatório detalhado sobre as condições precárias encontradas no Presídio de Igarassu, localizado no Grande Recife, e em outras dez unidades prisionais do estado. O levantamento foi realizado a partir de uma série de inspeções feitas ao longo de 2024 e revela sérias irregularidades, incluindo a suspeita de esquemas de corrupção e tráfico de drogas dentro do sistema penitenciário.

O documento, que foi entregue à Polícia Federal (PF), reforça as denúncias e investigações sobre práticas ilícitas no presídio. O local já havia sido alvo da Operação La Catedral no mês passado, uma ação que resultou na prisão do diretor da unidade, Charles Belarmino, e de dois agentes penais, acusados de envolvimento em corrupção passiva e tráfico de drogas.

Além das suspeitas de crimes, o relatório do MPF denuncia condições de superlotação alarmantes, com uma ocupação de 426,42% da capacidade original. Esse número é comparado ao Complexo do Curado, uma das unidades mais problemáticas do estado, e reflete a gravidade da situação em Igarassu.

Outros problemas identificados incluem a venda de espaços para os detentos, que precisam pagar para ter um local para dormir, e o fortalecimento do papel dos “chaveiros” – presos que atuam como intermediários entre os detentos e os agentes de segurança, muitas vezes assumindo funções dentro da administração prisional.

O relatório também cita a “corrupção institucionalizada” no presídio, o tráfico de drogas e a mercantilização de itens básicos como alimentação e produtos de higiene. A intenção do MPF é que as informações contidas no documento ajudem a embasar as investigações da Operação La Catedral.

Durante as inspeções, os membros do MPF conversaram com o diretor Charles Belarmino e com os detentos, e os relatos foram alarmantes. O então diretor, quando questionado sobre a grave situação de calamidade no presídio, reagiu com frases como “não tenho controle de nada aqui” e “vocês acham que sou eu quem manda aqui?”, enquanto dava risadas sarcásticas, segundo o relatório.

A conduta do diretor levou à sua prisão em 25 de fevereiro de 2025, junto com os dois agentes penais, ambos acusados de corrupção passiva e tráfico de drogas.

Após a deflagração da Operação La Catedral, o Presídio de Igarassu foi parcialmente interditado e o ingresso de novos detentos na unidade foi suspenso por um período de 60 dias, como medida de contenção e reorganização do sistema.

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