O Ministério Público Eleitoral (MPE) concluiu as alegações finais no processo movido pela coligação “Unir para Reconstruir” contra o Partido Progressista (PP) de Arcoverde, que envolve o prefeito Wellington Maciel e o presidente do partido, Paulo Galindo. A ação, que tramita na 57ª Zona Eleitoral, investiga acusações de abuso de poder político e econômico, além de fraude à cota de gênero.
As denúncias tiveram como ponto de partida os relatos das ex-candidatas Nhayara Vanderlei e Zirleide Monteiro. Nhayara afirmou ter sido coagida a se candidatar ao cargo de vereadora sob ameaça de perder seu emprego na Secretaria de Saúde. De acordo com o MPE, as pressões, atribuídas a reuniões com Wellington Maciel, Paulo Galindo e outros integrantes da gestão municipal, caracterizam abuso de poder político.
O Ministério Público aponta ainda que a cota mínima de 30% para candidaturas femininas, exigida pela legislação eleitoral, foi desvirtuada para atender aos interesses do PP. As investigações indicam que Nhayara e outras candidatas sequer realizaram campanhas ou incorreram em despesas eleitorais, sendo que Nhayara chegou a fazer campanha para outra coligação. A promotoria destaca que essas irregularidades configuram fraude à cota de gênero.
Outro ponto levantado pela acusação é a renúncia de servidores municipais registrados como candidatos pelo PP, o que reforça as suspeitas de manipulação eleitoral.
Por sua vez, os réus negam as acusações. Em suas defesas, Wellington Maciel e Paulo Galindo argumentaram falta de provas concretas e inconsistências nos depoimentos. Eles alegaram que a ação não apresenta elementos suficientes para comprovar as irregularidades.
O MPE, no entanto, concluiu que as ações do PP feriram a legislação eleitoral e pediu a anulação das candidaturas do partido, além da aplicação de sanções aos envolvidos. A decisão agora está nas mãos da Justiça Eleitoral da 57ª Zona, que avaliará as acusações e determinará as penalidades cabíveis.