BRASÍLIA-DF: A Polícia Federal indiciou, nesta quinta-feira (21), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e 36 aliados sob a suspeita de planejar um golpe de Estado para manter o então mandatário no poder após sua derrota nas eleições de 2022. Os investigados foram acusados dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Entre os indiciados estão figuras de destaque do governo Bolsonaro, como:
- Braga Netto: General da reserva, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro;
- Augusto Heleno: General da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Alexandre Ramagem: Policial federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Valdemar Costa Neto: Presidente do Partido Liberal (PL).
O relatório final da investigação, com mais de 800 páginas, foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá se aceita ou não a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Caso aceita, os acusados se tornam réus e serão julgados.
Estrutura do grupo golpista
De acordo com a PF, o grupo se organizava por meio de núcleos com funções específicas, entre eles:
- Desinformação e ataques ao sistema eleitoral;
- Incitação de militares para aderirem ao golpe;
- Apoio jurídico e operacional às ações golpistas;
- Criação de inteligência paralela.
A investigação, que durou quase dois anos, baseou-se em quebras de sigilo, buscas e apreensões, além de depoimentos e delações premiadas. Na última terça-feira (19), quatro militares e um policial federal foram presos sob acusação de planejar ataques contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
Agora, cabe à PGR formalizar as denúncias ao STF, encerrando a primeira fase do inquérito.
Do G1