Apesar de não constar na pauta oficial da sessão, a Câmara Municipal de Arcoverde aprovou na noite desta segunda-feira (18) um reajuste significativo nos salários do Executivo e Legislativo municipais, com destaque para o aumento de 67% no vencimento do prefeito, que passará de R$ 18 mil para R$ 30 mil a partir de janeiro de 2025.
Além do salário do prefeito, os vereadores também aprovaram aumentos para o vice-prefeito, secretários municipais e os próprios parlamentares. Os salários dos vereadores passarão de R$ 11 mil para R$ 13 mil, enquanto os secretários terão um reajuste de 34%, saltando de R$ 9 mil para R$ 12 mil. O vice-prefeito, por sua vez, terá vencimentos de R$ 18 mil, equiparando-se ao valor atual do chefe do Executivo.
Histórico de controvérsias
Essa é a primeira revisão salarial desde 2021, quando um reajuste semelhante gerou polêmica e foi suspenso pela Justiça a pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Na ocasião, o aumento proposto elevava o salário do prefeito para R$ 27 mil e dos secretários para R$ 9 mil, mas foi considerado desproporcional frente à situação financeira do município.
Reajuste em meio à crise
O novo aumento ocorre em um contexto de dificuldades financeiras em Arcoverde, com relatos de demissões em massa de servidores contratados, atrasos salariais e pendências com fornecedores. A decisão dos vereadores tem gerado críticas por contrastar com a situação enfrentada por trabalhadores e fornecedores locais.
Com o reajuste, o salário do prefeito de Arcoverde supera os de governadores de estados como Pernambuco (R$ 22 mil), Rio de Janeiro (R$ 21 mil) e Ceará (R$ 20 mil). O montante também ultrapassa o vencimento de gestores de grandes capitais, como o Distrito Federal (R$ 29 mil).
A medida deve entrar em vigor em 2025, configurando um cenário desafiador para o próximo gestor, que herdará não apenas os novos vencimentos, mas também os desafios financeiros do município.
Fonte: Folha das Cidades
