O Ministério Público Eleitoral solicitou a condenação da prefeita eleita de Sertânia, Pollyanna Abreu (PSDB); de sua vice, Tereza Raquel; Dorgival Rodrigues e Gustavo Menezes por abuso de poder econômico, na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) movida pela Coligação Frente Popular de Sertânia sob o número 0600173-63.2024.6.17.0062. A ação pede a inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos oito anos subsequentes, além da aplicação de multa e cassação do registro ou diploma dos Investigados.
A coligação adversária acusa a prefeita eleita de ter se beneficiado de práticas irregulares durante o período de campanha eleitoral, incluindo o uso de sua empresa, PBA Transportes, para obter vantagens eleitorais. Ela teria patrocinado eventos com distribuição de brindes, executado serviços de infraestrutura em benefício de eleitores e utilizado veículos da PBA Transportes em carreatas. Além disso, a campanha teria veiculado anúncios na Rádio Sertânia FM que mencionavam frequentemente o nome da candidata, o que, segundo a acusação, configuraria propaganda disfarçada.
A ação alega que esses benefícios foram estendidos também a outros candidatos a vereador apoiados por Pollyanna, incluindo Dorgival Rodrigues dos Santos e Gustavo Menezes dos Santos Silva, que teriam se favorecido das práticas relatadas.
Entre as provas destacadas pelo MP, está o depoimento de Cândido José, que mencionou um esquema de troca de favores por meio de serviços oferecidos pela PBA Transportes em troca de apoio eleitoral. Também foram levantadas suspeitas sobre a realização de melhorias em estradas da região em ano eleitoral, sob gestão da empresa de Abreu, o que levantou questionamentos quanto ao possível favorecimento de eleitores. Além disso, o patrocínio de eventos e distribuição de brindes foram apontados como tentativas de angariar votos, desequilibrando o pleito.
Após avaliar provas e depoimentos colhidos, o Ministério Público Eleitoral concluiu que não há evidências suficientes para a responsabilização de alguns envolvidos, como Galba Pereira de Siqueira, Cícero Edvandro de Melo e José Audo da Silva. Já quanto a Pollyanna e sua vice Tereza, no entender do Ministério Público houve a prática de atos comprometedores da lisura do pleito eleitoral, reconhecendo o abuso de poder econômico apontado na ação. A decisão final sobre o caso, entretanto, depende do juiz eleitoral que poderá acatar ou não o parecer o Ministério Público.
FONTE: FOLHA DAS CIDADES