De acordo com informações que rolam nos bastidores dos principais meios de comunicações do estado, o contrato entre a TV Cultura e a TV Pernambuco, firmado em 2021, está prestes a ser cancelado, e o impacto direto recairá sobre os municípios de Garanhuns, no Agreste pernambucano, e Arcoverde, no Sertão. Esses municípios poderão perder o acesso ao conteúdo transmitido pela TV Pernambuco, já que a TV Cultura, ao encerrar o acordo, pretende recolher os transmissores digitais que cedeu à parceira estadual.
Com a retirada dos transmissores, avaliada em R$ 100 mil cada, incluindo instalação, antenas e cabos, a exibição de programação pública em Garanhuns e Arcoverde ficará inviável. Além disso, a reposição dos equipamentos é complexa e pode levar cerca de seis meses, uma vez que são produzidos sob medida e necessitam de licitação e orçamento, em especial por se tratar de uma emissora pública.
Além das cidades do interior, Fernando de Noronha também conta com um transmissor cedido pela TV Cultura, mas que ainda não foi instalado devido a entraves burocráticos junto ao Ministério das Comunicações.
A relação entre as duas emissoras foi estremecida na última segunda-feira (28), após a TV Pernambuco ser instruída a não transmitir o programa “Roda Viva”, da TV Cultura, que contava com a participação do prefeito do Recife, João Campos (PSB). Campos, crítico da governadora Raquel Lyra (PSDB), não pôde ser exibido na emissora local, fato que desagradou a direção da Cultura e teria acelerado a decisão pelo cancelamento do contrato.
Esse não foi o primeiro impasse entre as duas redes: segundo fontes, outros conteúdos da TV Cultura já foram barrados pela TV Pernambuco em ocasiões anteriores. Com episódios semelhantes já registrados em outros estados, como no Paraná, onde uma afiliada também encerrou contrato com a TV Cultura, o rompimento entre as duas emissoras parece estar mais próximo do que nunca.