José Francisco Borges, mais conhecido como J. Borges, faleceu nesta sexta-feira (26), aos 88 anos. A causa da morte e informações sobre o velório e sepultamento ainda não foram divulgadas pelos familiares.
Reconhecido mundialmente, J. Borges é um dos mais destacados xilogravuristas de Pernambuco e foi agraciado com o título de Patrimônio Vivo do estado. Desde 2016, ele colaborava com o Diario de Pernambuco, criando as ilustrações para o projeto “Marcas Preferidas”, que destaca as marcas mais importantes da região.
Nascido em 20 de dezembro de 1935, em Bezerros, no Agreste pernambucano, J. Borges iniciou sua trajetória artística ainda jovem, produzindo brinquedos artesanais e vendendo literatura de cordel. Aos 21 anos, lançou seu primeiro cordel, “O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina”, ilustrado por Mestre Dila, que vendeu mais de cinco mil cópias em dois meses.
O talento de J. Borges foi rapidamente reconhecido por colecionadores e marchands, o que lhe rendeu visibilidade nacional. Nos anos 1970, suas gravuras foram utilizadas em produções televisivas, e ele passou a criar matrizes de xilogravura desvinculadas dos cordéis, explorando formatos maiores.
Sua arte ultrapassou as fronteiras do Brasil, com exposições em países como Suíça, México e Estados Unidos. J. Borges também ministrou aulas de xilogravura e entalhamento na Europa e nos Estados Unidos, difundindo a técnica e a cultura nordestina.
Em sua cidade natal, Bezerros, foi inaugurado o Memorial J. Borges, que exibe parte de sua obra e objetos pessoais. Em janeiro de 2022, suas criações foram destaque no Museu de Arte do Rio, na exposição “J. Borges – O Mestre da Xilogravura”, que reuniu 40 xilogravuras, incluindo 10 obras inéditas, 10 matrizes inéditas e as 20 peças mais emblemáticas de sua carreira.