No último ano, a organização do Acampamento Terra Livre, evento anual que reúne grupos indígenas em Brasília, havia convidado o ex-presidente Lula para participar do evento. Na época, o clima era de grande entusiasmo e expectativa.
Entretanto, passado um ano, os indígenas expressam profunda insatisfação. Reclamam que as demarcações de terras prometidas não se concretizaram, os recursos disponibilizados foram considerados insuficientes e o Ministério responsável pela questão indígena está enfraquecido.
Diante desse quadro, os líderes indígenas decidiram tomar uma nova abordagem. Em vez de convidar Lula novamente, optaram por levar suas reivindicações diretamente ao Palácio do Planalto.
Paulo Tupiniquim, um dos organizadores do movimento, destaca que o presidente havia se comprometido a demarcar terras nos primeiros 100 dias de governo, o que não aconteceu, gerando um grande descontentamento entre os indígenas.
Esse sentimento de desilusão com o governo não é exclusivo dos indígenas. Outros setores tradicionalmente ligados à esquerda e ao PT, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), também demonstram sinais de frustração. Anteriormente instado por Lula a mobilizar seu “exército” em defesa do governo, o MST agora emite sinais de descontentamento.