Novos dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam uma preocupante realidade em Pernambuco: em 65 cidades do estado, mais da metade da população vive em lares sem acesso adequado ao saneamento básico. Isso equivale a mais de 3,1 milhões de pessoas vivendo em condições precárias, sem o devido descarte de esgoto. Esses números, alarmantes, destacam a urgência de medidas eficazes para enfrentar essa crise que afeta milhares de pernambucanos.
A situação mais crítica em Pernambuco é observada em municípios como Manari, no Sertão, onde alarmantes 96% da população não têm acesso adequado ao esgoto, recorrendo principalmente a fossas rudimentares ou buracos.
Além disso, cidades como Vertente do Lério, Salgadinho, Casinhas, Araçoiaba, Santa Filomena, entre outras, enfrentam uma realidade preocupante, com percentuais que chegam a atingir quase 90% da população sem saneamento básico.
No contexto nacional, os dados também são preocupantes. Em todo o Brasil, conforme aponta o Censo 2022, 49 milhões de pessoas vivem em lares sem descarte adequado de esgoto, o que representa 24% da população do país. Esse percentual é ainda mais alarmante quando observamos que entre pretos e pardos, que compõem a maioria da população brasileira, a proporção chega a 68,6%.
É importante ressaltar que, segundo o Plano Nacional de Saneamento Básico, considera-se descarte adequado de esgoto aquele que é direcionado para as redes públicas de coleta, fossas sépticas ou com filtro, mesmo que após o tratamento, não seja destinado diretamente para essas redes. Outras formas de descarte, como o uso de fossas rudimentares, buracos, ou o lançamento direto em rios ou no mar, são consideradas inadequadas e representam sérios riscos para a saúde pública e o meio ambiente.