Rompimento na Mina 18 da Braskem em Maceió gera apreensão e mobiliza autoridades locais

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No último domingo, 10 de dezembro, a Defesa Civil de Maceió anunciou o rompimento de parte da mina 18 da Braskem, que já estava sob risco de colapso. O incidente ocorreu no trecho próximo à Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, e teve seu impacto registrado em imagens divulgadas pela Prefeitura.

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, confirmou as informações nas redes sociais, destacando que estaria sobrevoando a área com os técnicos para avaliação da extensão dos danos. Até o momento, não foram fornecidos detalhes sobre a dimensão dos estragos causados pelo rompimento.

A Defesa Civil de Maceió, por meio do prefeito, assegurou que não há risco iminente para a população, ressaltando que a mina e seu entorno já estão desocupados. Novas informações sobre o incidente estão sendo levantadas e serão compartilhadas assim que possível.

Nas imagens divulgadas, observa-se uma intensa movimentação no espelho d’água da Lagoa Mundaú no momento do rompimento. A região afetada está próxima ao antigo Centro de Treinamento do Centro Sportivo Alagoano (CSA), clube de futebol local.

O prefeito de Maceió, diante da urgência da situação, solicitou uma reunião com o governador de Alagoas, Paulo Dantas, para buscar soluções em conjunto, envolvendo o governo estadual.

O terreno da mina 18 já apresentava sinais de instabilidade, com um afundamento de 13 centímetros nas últimas 24 horas. Apesar de uma leve desaceleração na movimentação do solo, a situação permanece delicada, com um afundamento total de 2,24 metros desde o alerta de risco de colapso emitido em 29 de novembro.

A área desocupada havia sido recomendada pela Prefeitura de Maceió, que já havia evacuado o bairro do Mutange devido ao risco iminente de desabamento. A população foi orientada a não transitar na região desocupada até novas atualizações da Defesa Civil.

A Prefeitura também está mobilizando esforços para ajudar os moradores afetados, distribuindo mil cestas básicas para os 500 pescadores e marisqueiras cadastrados na Colônia Z4, de Bebedouro, que tiveram suas atividades prejudicadas pela restrição de pesca na Lagoa Mundaú.

A situação crítica teve início em novembro deste ano, quando novos tremores foram registrados, levando a Defesa Civil a decretar estado de emergência para o possível colapso. A instabilidade do solo é atribuída à extração de sal-gema, realizado pela petroquímica Braskem até 2019, para a produção de soda cáustica e policloreto de vinila (PVC).

Desde 2010, pesquisadores alertam sobre o risco de desabamento na região, e nos últimos cinco anos, mais de 14 mil imóveis foram evacuados em cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas. O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas já multou a Braskem em mais de R$ 72 milhões pelos danos causados ao bairro de Mutange, e uma CPI sobre a atuação da empresa será instalada no Senado na terça-feira, 12 de dezembro, para apurar os impactos da extração de sal-gema em Maceió.

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