BRASÍLIA: Os responsáveis pela segurança de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planejam a posse presidencial, marcada para 1º de janeiro, sem a participação do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), além disso, segundo eles, ainda faltam recursos para mobilizar todo o aparato necessário ao evento que receberá apoiadores do petista, curiosos e autoridades de diversos países.
A equipe de transição de governo afirma que não há verba para pagar diárias de agentes da PF (Polícia Federal) e da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Ainda assim, dizem que o evento está garantido e que esses valores podem ser acertados mais tarde com os agentes.
Eles ainda estudam alternativas, como a mobilização de policiais federais que estão concluindo curso de formação na academia da corporação na capital do país.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal discutiu a posse com a equipe de transição de Lula, em reunião na quinta-feira (24).
Há preocupação na equipe de transição de que as manifestações antidemocráticas de apoiadores de Bolsonaro hoje concentradas em estradas e na frente de quartéis atrapalhem a posse.
Como mostrou a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a organização do evento estima um público de 150 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios para ver o novo presidente desfilar em carro aberto.
Bolsonaro ainda não disse o que fará no dia da posse, mas a equipe de Lula considera que o presidente não irá pessoalmente entregar a faixa ao sucessor.
A futura primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, é a coordenadora da posse no gabinete de transição. A festa deve ainda ter shows de artistas que apoiaram Lula.
A preocupação com a posse foi mencionada à imprensa na quarta (23) pelo grupo de Justiça e Segurança Pública da transição de governo. O cenário de apreensão se insere em meio à falta de verba para garantir serviços básicos da PF e da PRF, como a emissão de passaportes e a manutenção de viaturas.
“O que temos de mais emergencial para este ano, que são diárias da PRF, diárias para operações da Polícia Federal, e também a retomada dos passaportes, estamos falando aí de algo em torno de R$ 200 milhões neste ano”, disse o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), e que, sem a verba adicional, policiais vão ter de “trabalhar voluntariamente para receber posteriormente as diárias.
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